quinta-feira, 30 de julho de 2009

Solidão embrulhada

Vi a minha solidão à venda numa montra da cidade. Na baixa da cidade. Lá estava ela, de preço branco colado na frente, "c/Iva" dizia e eu fiquei: a sentir o sol a queimar-me os ombros, a cadela a puxar-me para a sombra e sem conseguir aceitar que ela estava ali...à vista de todos e de nenhuns porque a solidão não se mostra e nem se põe a gritar que ali está, praticamente nua e à venda.
Sabia que era questão de tempo, como com os sapatos de pele. Podemos dizer que o bicho já está morto mas a compra de mais um par abre "aquele" espaço na prateleira (que nesta sociedade de triplos lucros) para ser preenchido. OU seja, eu sabia que e a tirasse dali ela seria igualmente substituída por outra mas ao menos não seria a minha...a minha já a trazia eu.
Foi o raciocínio que bastou! Entrei na loja que será a dona da montra onde a minha solidão estava exposta e coomprei-a. Pedi apara embrulhar e colocar um laço...na segunda feira, data em que faço 30 anos vou oferecer-ma!

2 comentários:

vvro disse...

Feliz aniversario :)

Tiago disse...

O que por vezes chamamos de "solidão", com uma conotação negativa, não é mais do que oportunidades que nos dão pra reorganizar a vida, rever "estratégias" e se entregar a você mesma. A solidão é um excelente caminho pro auto-conhecimento e entendimento do mundo que nos rodeia. O problema é que se costuma ficar tão negativo que todas as propriedades da solidão vão por água abaixo. A solidão é nossa aliada e se você reparar bem, ela nunca está constantemente. Se está é poorque a nossa vida está "desviada".
;)