quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Solidão ou insónia

Ainda não percebi bem a diferença e sei que há muitos pontos em comum...
Quando parece que estão todos a dormir, até o mundo...é quando ando acordada a sentir-me mais a sós.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Não quero ser mãe porque...

*há gente a mais no mundo
*há gente a mais no meu mundo
*não me julgo capaz de educar um ser humano
*não me julgo capaz de educar bem um ser humano por mais que umas horas por dia
*não penso ser capaz de assumir um compromisso assim
*não ia suportar assumir um compromisso e não estar à sua altura
*o mais certo era "matar" a criança...de mimos
*o mais certo era "matar" a criança em defesa própria
*o mais certo era se a criança não morresse antes da adolescência...matar-me de remorsos, de culpa ou de acusações nessa altura
*tenho medo
*tenho medo de mostrar medo
*os pais não devem mostrar que são humanos e que não se sentem bem com essa condição
*os pais não devem ter problemas com eles e com o mundo e com o mundo deles
*os pais devem ser capazes de ter medo
*os pais não podem ser egoístas
*os pais devem ser capazes de amar-ponto final.
Ah! e porque não quero!

Overlap


Agora sim parece estar a chegar a primavera, os dias de sol e o tempo ameno, que apetece envolver-nos numa camisola mais "fofinha" e deixar-nos escorregar para debaixo de uma mantinha ao por do sol e de chávena de chá na mão...ou de cerveja! Ando mais para o confuso e menos para o raivoso e é menos incomodada que troco as folhas do calendário à espera...na esperança que um avançar qualquer de tempo me traga a fuga às decisões.
As borboletas parecem mais bonitas, a manhã na praia de Faro até dá vontade de não ir trabalhar! Ando bem por aqui sozinha. Continuo perdida e atrás de uma ilusão qualquer mas mais calma. As duas pegadas que ficam na areia não me parecem tão mal assim.
O sexo ou a falta dele é que é pior. Leva-me a considerar pilas como apetecíveis...daquelas que não se devem...desejar!
Ando sem paciência para o depois e muito menos para o romantismo (esperado) do antes. Sexo por sexo, com a pila e seu portador e acrescento cerebral...já me complica muito a vida. Ok volto à masturbação e deve ser por isso que ando menos perdida por aqui...já sei onde como e o que fazer comigo. Depois...sobra o que já havia antes: solidão e vontade de partilhar...mas pouca coragem.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Acreditas?

Não se pode mesmo confiar nas mulheres. São umas falsas e umas vendidas, umas cretinas que se deixam levar e enganar quando não são elas a enganar e a fazer-nos vender e entregar alma e o resto que vem junto: carteira e corpo incluídos.
Em troca de suspiros e de líquidos corpóreos que se podem pagar para obter sem sentimentos e complicações à mistura deixamo-nos filtrar e enlear por vozes, sons, frases ou dons que cada uma transporta para no final tudo esmorecer ao fim de tempos calendarizados para e por todas!
Rapidamente passamos de entesoados a enfastiados por um corpo que já sabemos de cor como e para onde se mexe, como e a que tempo se vai pronunciar e porquê e ai de nós (que sugestivos que poderíamos ser!) que tentemos mostrar que somos o que somos :homens que são/foram/estão/estiveram enamorados e capazes de amar/ter amado aquilo que passa a figurar como um FARDO ( e verdade seja dita, muitas vezes até de forma literal!)

Não percebo as mulheres e nunca hei de percebe-las. Enervam-me e chateiam-me com todos os seu joguinhos e melaços carregados de fel e que encantam os homens. Assim despidas e encantadoras prometem o amor eterno carregado de prazeres momentâneos para depois ser tudo uma espécie de maquilhagem com efeito duradouro...e sem desmaquilhante à mão aceita-se o que ali está como sendo o verdadeiro.
Tenho inveja do efeito da sua capacidade de sedução e de mentira.
Sinto-me inferiorizada sempre que se apresentam capazes de fazer um par de olhos brilharem de borboletas que lhes batem na barriga e me piscam o olho em tom de sussurro: este está fisgado!

Deitas-te assim em tom de convite e deixo-me levar como um tolo que vê uma mulher nua pela primeira vez! O teu cheiro e as tuas curvas, a forma como sei que saio do quarto e tu te deitas, como sabes que é assim que mais gosto de te ver, que te pões em pose em que finges um descuido que nunca em ti poderia existir...o pé no ar, a mão ligeiramente afastada demais, cabelo sobre o rosto ou o lençol que deixa sempre algo "a mais" à vista! Sei que me enganas destas formas todas que vocês mulheres vão aprendendo, se ensinando e passando essa sabedoria toda que nunca cabe numa só...e um dia dir-me-ás: quero ser mãe de um filho teu e tudo vai acabar nesse momento porque eu no fundo só te vou querer poupar e tu não vais perceber que seria só mais uma mentira a tornar isto tudo que até agora foi tão falsamente transparente numa farsa! Ah! E com um puto!

Procuro acalmar-me e pensar que sim, há saída ( de emergência?) para isto em que não me insiro. Sou mulher que gosta de homens e não passo de um homem num corpo de mulher que gosta de homens? OU sou uma mulher com mentalidade de homem num corpo de mulher que gosta de homens? Não percebo se há mesmo essa história de que sim que há uma vez em que há a dita felicidade. Percebo que não preciso de um homem para ser totalmente feliz mas que estar com um gajo às vezes ajuda muito. Não percebo se há homens que não querem ser enganados, se ainda há homens, se haverá uma mulher que me digá que eu não tenho que mudar e nem tente ensinar-me uma das tangas que já a levou a ser um convite e a ter um daqueles vinte monumentos que eu queria ter convidado a acordar ao seu lado e não ao meu.., se não fosse a merda de ele querer uma das outras mulheres, das que enganam...acreditas?

domingo, 4 de outubro de 2009

A tua música

Voltei a cantarolar-te e a imaginar como será que foi que isto aconteceu! Lembrei-me do toque da tua pele e do esgar da tua expressão incomodada pela traição a que o vento te impôs quando o fumo do cigarro te beijou os olhos enquanto me devolvias o isqueiro. De comeres à pressa e de só querer uma imperial que não fosse Tagus, uma música para recordar e outro Marlboro para acender(-te). De pensar que o silêncio ali seria menos constrangedor que as palavras que eu vomitava e me sabiam mal porque até a mim me confundiam.
"Olá eu sou a ..."
Do que mais gosto na tua música é do facto de estar catalogada no meu e pelo meu computador como "género desconhecido"! Assim como tu não há gaveta nem adjectivo para a dita sonoridade que quase me engana e me faz (re)começar a falar (sozinha) a pensar que estás aqui. Quase que sinto os teus lábios (carnudos e desenhados por uma qualquer mão) meio húmidos meio molhados a dar para o quente, mais quentes que a minha pele a desembuchar o que te faz fazer música. Quase que a tua voz é captada pelo cérebro como se fosse mesmo para mim...
"Deixa-me provar o sabor dos teus lábios, será que são de vinho será que são sábios, experimentados, será que sim, será que não, será que são, será que estão?"
Eu deixo e tu, deixas?
Quase que ainda me lembro que os teus olhos são verdes mas depois mesmo que não sejam não é a cor que me chama a atenção, nunca foi, não percebo porque se diz que o tamanho não interessa e nunca se pensa em dizer que a cor não interessa! Interessa-me muito mais o tamanho que a cor! Não gosto de coisas excessivamente grandes, nem pequenas, deve ser a única coisa em que sim, sou do meio termo!
A minha psiquiatra ficaria orgulhosa. Não lhe digas é que é de ti que falo e sobre ti que escrevo que ela ia confundir e misturar tudo outra vez com a explicação de que vivo rodeada de fantasias que não existem apenas para me provar que a realidade é má e chata, que as impossibilidades com que sonho (e colocar-te-ia como uma delas!) são meros argumentos para me sentir viva , que no fundo não evoluí mais do que substituir a auto mutilação por ti e pela tua música!
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