segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Mandas-me bocas??

Mandas-me bocas às quais nem sequer tento/quero/consigo responder.
Manda-las e eu fico assim...à nora, sem saber o que fazer ou o que dizer, a minha expressão questiona "porquê?" e tu respondes "para quê essa cara?"
Andámos meses atrás de meses e dias à espera que as horas passassem para podermos apontar um ao outro tudo o que não foi tentado ou falhado após tentativa frustrada.
Marcámo-nos mutuamente e nem sempre pelas melhores razões.
Jogámos, brincámos mais ou menos a sério com o que devia ser mantido numa redoma ou bolha protectora e quando ela explodiu, "lutámos" a ver qual dos dois seria o primeiro a infeccioná-la com a mais dura das bactérias: a realidade! Por isso te digo com o olhar cru, a testa frazida e o nariz muito, mas muito empinado: Mandas-me bocas?? Tu?

domingo, 28 de dezembro de 2008

Saudades

Já sentiste saudades de quem partilha o mesmo espaço que tu? De quem está a um balcão de distância? De quem está a adormecer na mesma cama? Por cima, baixo ou "apenas" a teu lado?
Eu já.
Agora tenho saudades de quem está a 600 quilómetros de distância e sabes que mais? É igual...dói e sente-se igual. A mesma coisa.
Falta a tua voz e os diminutivos, o cheiro e a conversa; falta o olhar, falta a pele e o corpo todo (deuses, que corpo!) mas assim as saudades mostram que afinal não está em ti a ausência. A ausência e o "sentimento de saudades" estão na distância.
Agora é esperar e já tenho um truque:lembras-te da minha cama? Estendo os braços ao que foi o teu lado e em vez das almofadas...parece (mesmo) que há ainda algo de ti ali. Obrigada e ... diverte-te!
Beijo dos bons, dos meus.

sábado, 27 de dezembro de 2008

"O Mundo é tudo o que acontece"-diz ele


Diz ele que escreve como ninguém e me faz lê-lo como muitos mais o fazem.
Cada vez mais me parece melhor a humanidade com todas as suas imperfeições da realidade do que o sonho da fantasia ideal.
Gosto de ler-te, de ter-te perto, da inspiração que me incutes, do sonho que me dás, das lágrimas que me roubas.
Não sei se o Mundo é tudo o que acontece, se está apenas no que nos rodeia, até onde os olhos alcançam ou para além das fronteias geográficas. Quando me sinto bem e com um livro escrito por ti nas mãso, há mais sentido e menos revolta e aí...o mundo não passa de mim e dos meus limites imagéticos. Por mim o mundo ESTÁ em tudo o que acontece.
Obrigada Paixão.

ao meio


Ao meio é que está a virtude...dizem que sim.
Ao meio está a harmonia, o não extremismo, a calma e a capacidade de lidar com as coisas sem nos enervarmos, magoarmos quem de nós gosta e tal e tal.
Ao meio está o coração que bombeia o que também nos mantém vivos, tão vivos que nos pode matar.
É ao meio que me sinto quando entras em mim e me olhas e buscas as respostas que não tenho para te dar.
"Quero-te toda" e eu fecho os olhos e entro noutro mundo, fecho-me e tento ( a muito custo) controlar-me para sentir apenas o que o meu corpo me dá..os teus movimentos, o teu sexo que encaixa, as tuas mãos que me puxam ou me afastam...os teus sons.
Apetece-me abrir os olhos e olhar-te mas depois não te consigo mostrar o que queres ver. Apetece-me gritar-te"Não entendes o que isto me faz sentir? E se te amo? E se me apaixono mais que irremediavelmente?" Por tal motivo volto a fechar os olhos e vejo-te com as mãos que te percorrem o corpo, sentem o tronco, procuram o resto do que não está dentro de mim.
No meio está tudo aquilo que nos acontece quando não estamos no antes ou no depois.
Deve ser a única coisa em que não me importo nada em não ser de extremos...

idade

Sabes que estás a passar por uma crise de uma idade qualquer quando tiras a maquilhagem e colocas o creme de noite (novo) e de repente....cheiras à tua mãe!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

"oi"


"Olá, eu mato-te"...disse ela enquanto ele de pé e ensonado afagava a cadela com a mão esquerda e tentava pentear-se com a direita...enganado esfregava os olhos e disse:
" a mim? isto são horas de se chegar? Anda cá leaozinho"...
Depois...depois vem com bolinha vermelha ao canto direito.
Muito cheiro a copro que ser quer e que se tem bem junto, bem dentro um do outro.
Os olhares que se trocam são mais cúmplices e os sons mais em uníssono, as minhas mãos procuram menos à toa e as tuas...já cá cantam!
Gosto que me gabes e de sentir que me gostas.
Gosto dos diminutivos que usas e dos limites que me impões...na realidade da tua humanidade sinto-me bem.
Gosto de sair de "casa" e de voltar e que tu ainda lá estejas a manter a cama tão bem desenhada.
Só falta que me queiras em ti como eu me quero manter em nós.
Ficas com um beijo, dos bons, dos meus?

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Almas gémeas

Fala-se em almas gémeas por tudo e por nada...dáse (ou diz-se que se dá) amor por tudo e por nada...procuram-se almas gémeas para não se ter desculpa pela falta de respeito pelas diferenças inter pares.
Fartei-me. Não procuro. Não tenho e não quero ter uma alma gémea perto de mim. Valorizo e muito a diferença. A quem me mostre que há outro lado, outra perspectiva, outra forma de ver e de viver.
Até as almas gémeas são diferentes e ainda bem...

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

...às vezes...




















É verdade. Às vezes sinto-me assim de um coração com uma única forma e de madeira. Lembra-me a professora de filosofia do 10ºano que falava (a tentar não mostrar que não concordava e nem simpatizava destes senhores) de quem aprende a considerar o que já sabe como uma tábua rasa...sempre uma tábua rasa, onde se coloca o que se vai aprendendo, até à próxima vez! Eu não gostei da imagem e agora, muitos anos depois tenho que dar a mão à palmatória. É verdade, há pessoas assim e eu sou uma delas.
Não aprendo com as outras superfícies já utilizadas, sou sempre assim, à espera do "novo" que vai acontecer e não para juntar ao que já se soube; neste caso eu até já sei o que vai acontecer e não sei como evitá-lo, se quero evitá-lo, sequer se o consigo! Nas outras vezes todas eu já sabia o que ia acontecer...mas não me devo desprestigiar assim pois não? Afinal, no meio desta "burrice"que é saber o que se vai sofrer e até como não fazê-lo...há mérito na coragem de ser capaz de me colocar na posição de voltar a ser capaz de me dar a sentir outra vez, ainda que apenas com uma forma de coração e esculpida num atábua rasa e de madeira!

domingo, 14 de dezembro de 2008


E agora não tenho maneira de fugir ou tenho?
Melhor: será que quero?
Não me vou espetar contra uma parede de insensibilidade mas já me deixaste de sobreaviso.
Pensava que desta era mais simples. Que tinhas aparecido, que tínhamos sentido, que era a seguir em frente, pelas seriedades e parvoíces da vida..Claro, óbvio, romantismos à parte...não é assim.
Apareceste, sentimos, divertímo-nos e CALMA! Calma que vem aí uma chuvada de sentimentos, um rol de dúvidas, uma onda cheia de espuma e uma mulher pode estar bem molhada e não ser da chuva que cai lá fora mas sim do que acontece cá mais em baixo e por dentro.
Não sei se consigo, a calma que se deve ter, será para mim?

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

2010 Terceiro
















5 de Dezembro de 2010

Olá S.Como vai tudo? Espero que bem. Por mim já me começo a habituar a isto tudo, nem sei se é bom ou mau (a habituação) mas a verdade é que os enjoos, os pontapés e as espectativas já fazem parte. Tenho estado mais em casa sozinha o que me ajuda também. O X sai do trabalho, vai ter com amigos e quando chega eu já durmo, nem me chateia o cheiro a tabaco e a alcool que ele tráz. Está tudo a acontecer como previsto, estou centrada em mim e no miúdo, o resto pasou a segundo plano. Como e porquê que perdi tanto tempo a pensar nisto e no meio para e no homem que o iria proporcionar ou não...??? Para nada, tanta revolta para nada.
Continuo a trabalhar, não vejo porque não...trabalho, vou às compras e volto para casa, trato de mim, vou à médica e pouco mais.
Os meus pais andam contentes e convencidos da minha melhoria e calmia, na verdade até eu me sinto mais convencida de que isto tudo só ajuda. Depois se verá. Nem me preocupo com o resto todo. O passado parece-me um aavalanche de situações/acontecimentos/emoções/turbilhões sobrepostos e muitos deles sem sentido. Parece-me que vejo por um filtro a vida de outrém que não eu...curioso mas verídico. Uma pedra em cima disso tudo e esquecer que assim foi/fui. Seguir em frente e sem escrúpulos não assumir, já passou, para quê preocupar-me? O X é que não anda, mantém-se, está feliz mas já arranjou forma de me arranjar um parêntesis na vida dele-passei a ser a portadora do filho que também será dele. Não me incomoda muito a categoria até porque assim comemora consecutivamente e não me chateia.
A frase que mais me descreve isto tudo é: cá se vai andando com a cabeça entre as orelhas, curiosamente, sinto-me bem assim, entre orelhas e cabeça e barriga!


2010 Segundo


4 de Dezembro de 2010
Olá S, cá estou eu a cumprir o trabalho de casa que me pediste. Vem aí mais um Natal. Já sabes como sou com o Natal, é o nosso 3ºNatal juntas? LOL, não me ando a sentir muito mal sabes? Curiosamente ando ...normal. Adivinham-se novidades como sempre se adivinham não é? Espero que não me suguem muita energia porque não ando com muita.
Há uma semana e um dia que não estou com o X, fartei-me e já nem tenho a sensação de que lhe devo nada, agora olha é aproveitar e continuar a não ceder. Não gosto dele, nem me atrai a sua forma de ver/viver a vida, atraía-me sim se me tratasse bem ,mas nem isso, não vou entrar nessa, OUTRA VEZ! Afinal parece que aos poucos me está a acontecer uma coisa: aprender com os erros? SErá só impressão minha? às vezes parece que sim mas logo a seguir, deixei eu a casca de banana no chão, marquie o local e fui lá escorregar, só para me sentir viva, em sofrimento.
A última semana passou a dormir-se bem, entre mantas e lençóis de flanela não tive frio nenhum. Não me apeteceu sexo por sexo e continuo a sentir a impressão de que te falei na última sessão...apetece-me mimo! Estranhamente! É melhor ficar no meu canto e não convidar ninguém para a minha cama só porque sinto isto, para quê? Depois já sabes:exigências e exigências e eu a exigir não sou branda, para depois não dar nada e nem conseguir entregar-me à verdadeira intimidade...é melhor ficra sossegada no meu canto.
Não penso em nada do que aí vem, as discussões em casa, os meus pais, o meu irmão e a mulher, os avós doentes, a avó doente...
Voltei a acalmar o consumo das drogas todas, andava numa roda viva...
Ou seja, isto está tudo muito calmo, o que se avizinha? Uma tempestade daquelas?
Ando a sentir-me menos morta-viva mas também não sei se ainda é alguma droga por aqui a saltitar...LOL a intelectualidade já não me interessa tanto e pareço-me disposta a abdicar das aventuras todas que sonhei, esquecer que o príncipe não chegará nunca e contentar-me com o cavalo que por aqui anda a rondar...não me parece imbecil de todo!
Caramba, se há momentos em que os meus pais estão ilibados, há outros momentos em que parecem carregar a cruz da culpabilização (de mim para eles claro está!) Desculpa a simbologia mas deve ser do Natal...
Já fiz a obrigação social, comprei o que tinha a comprar, escrevi o que tinha a escrever, agora é esperar que não "doa"muito o que está para vir.
Cada vez penso menos e sensuro-me menos por isso, se calhar a minha fase contestatária está mesmo a chegar ao fim, veremos o que me sobra? Ainda haverá forças para continuar a sobreviver? Continua a pergunta a rondar: porquê? para quê? se não é para deixar marca, se tudo passa e nada fica, só pela vivência, amontoado de células que continuam a funcionar e a ser elogiadas. Supremacia da sensualidade e a beleza artificial a ganhar terreno...
Imagem: Tu és como o vinho do porto...cada vez melhor...
Verdade: sinto-me mesmo uma garrafa de vinho do Porto, velha e mal aberta, onde se deixou entrar o pior de todos os envelhecedores: ar!
Onde é que isto tudo começou?
Notas algumas melhorias, às vezes confundo-me e não sei onde estava quando isto começou se andei para a frente ou pra trás, se me descobri no meio desta confusão toda ou se continuo perdida no mesmo degrau...??
Por hoje chega sim?

2010 Primeiro

3 de Dezembro de 2010
Olá S. Já não falamos há muito mas continuo a lembrar-me de ti, do que me dizias e de como lidar com as coisas. Essas coisas continuam todas na mesma, mas sem perigo. Os fantasmas da morte, os meus pais conflituosos, o meu irmão e o bébe que já não é nada bébé, a cunhada e os stresses dela, eu bem tento que ela peça ajuda mas ela ainda não se apercebeu de que precisa, enfim, eu demorei mais de 10 anos...Tinhas razão, como sempre, elas (as coisas) não iriam desaparecer mas continuo a achar-me capaz de resolvê-las por isso calculo que continue no "bom caminho". Aquando das ansiedades, das desiluões e das inter-acções com os outros, sou eu na mesma mas com outras ferramnetas, mais capaz e mais autónoma.
O X está bom, estamos bem, vamos indo. Há dias melhores que outros como em todas as relações mas nesta em que estamos a dois e remamos para o mesmo lado há sempre mais sentido que desorientação.
Descobri uma bússula que amo. Deixeid e ser parasita ou albergue de parasitas para passar a ter uma relação chamada saudável. Harmónica. Sem as loucuras de outrora, bebeos e fumamos, há noites de saída mas até essas parecem saudáveis, não são autodestrutivas sabes? Claro que sabes...
O trabalho também vai andando, nada de especial, nada a mais ou a menos. Cumpro o que tenho a fazer, há alturas em que produzo mais e com mais imaginção e outras em que produzo apenas o suficiente, o que é esperado. Passam os dias, os fins de semana e chega o fim do mês, recebo e pronto, foi menos um mês.
A razão da missiva está noutro ponto. Quero agradecer-te, sinto-me em paz com o meu passado. Resolvi o que tinha em guerra, assumo o que aconteceu de bom e de mau, sem culpas, sem remorsos, raivas ou revoltas. Não culpo ninguém e nem me responsabilizo demais. Aceito pacificamente e com serenidade, tem que ser. Obrigada, cresci! Guardo os teus contactos, electrónico e telefónico, há dias em que me passam pelas mãos, sem a necessidade de outrora, sem simbolizarem a amarra à realidade, a bóia de salvação, a luz ao fundo do túnel. Aliás, acho que a maior parte do meu crescimento e reconstrução contigo por perto passou pela aniquilação dos símbolos em que vivia. Tudo era simbologia de/para algo.
Agora só há a realidade e é com ela que me deito e acordo, para o bem e para o mal. Estamos a chegar ao fim do ano e apesar de continuar a não gostar desta época, ela já não me tortura e por tal, em jeito de balanço andei a pensar na paz em que me sinto com o que me rodeia e comigo...passou-me o cartão do teu cosultório pelas mãos e senti esta necessidade:
não me esqueço de ti, não me esqueço de mim, estou bem mas pronta a voltar a pedir ajuda se não me voltar a sentir bem. Um bom novo ano para ti e para os teus, Obrigada SP.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Bagagem de amor


Voltei a entrar...
Voltei a tentar e no fim voltei a desistir, a chorar, a arrumar as coisas e a sair...foi só mais um sonho do qual devo acordar; se não o fizer arrisco-me a não conseguir voltar a sonhar e isso é que não!
Voltei a tirar memórias e a reunir outras, limpei o pó a umas recordações e outras já começavam a ganhá-lo nesta parede onde as vou pendurando ao longo o percurso em que as vou reunindo.
Até já estive pior, bem pior, agora encontro-me a meio, naquele sítio que me é particularmente desconfortável, nem cá nem lá, em nenhum dos extremos a que normalmente chamo casa!
Volto a sair e procuro apenas a postura correcta, o nariz empinado, a atitude altiva que me colocará de novo pronta para a próxima luta!

Ai, deixei lá o "estojo" de plástico com uma escova de dentes...